Pesquisa política
Em ano de eleição,
as pesquisas de intenção de voto orientam estratégias partidárias, determinam
os rumos das campanhas políticas e despertam grande interesse no eleitor. A VEJA
consultou dois dos principais institutos de pesquisa brasileiros, Datafolha e
Ibope, para entender como são feitos os levantamentos e quais dados podem
realmente refletir a realidade do eleitorado. Saiba como funcionam as
sondagens:
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Uma
vez contratada a pesquisa, define-se seu foco, prazos, conteúdo, abrangência,
identificação da amostra (tamanho, técnica de amostragem, seleção da
amostra). Depois são estabelecidos os instrumentos de pesquisa (questionário,
cartões, planilhas), o treinamento dos pesquisadores, a coleta dos dados,
checagem, processamento e análise dos dados. A última etapa é a divulgação
dos resultados e acompanhamento de seus desdobramentos.
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Várias técnicas amostrais podem
ser utilizadas em pesquisas eleitorais. Nos levantamentos nacionais ou
estaduais, em geral os grandes institutos trabalham da seguinte forma: num
primeiro estágio, são sorteados ou escolhidos os municípios que farão parte
do levantamento; depois, os bairros e pontos onde serão aplicadas as
entrevistas. Por fim, os entrevistados são selecionados aleatoriamente de
acordo com o sexo, faixa etária e grau de instrução. Os dados utilizados para
composição da amostra são obtidos junto ao IBGE, Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) e Tribunais Regionais Eleitorais (TREs).
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As pesquisas têm amostras médias
de 2.500 entrevistas e no país há mais de 135 milhões de eleitores, segundo o
TSE. Assim, em um levantamento nacional, apenas um eleitor em cada grupo de
aproximadamente 50.000 é entrevistado.
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Usualmente a pesquisa mínima é
feita com 300 pessoas. Entretanto, o tamanho depende do grau de segmentação e
de precisão desejados nos resultados. Para as pesquisas municipais, o Ibope
faz a seleção em dois estágios: no primeiro, escolhem-se os bairros; depois
os entrevistados. Na segunda fase a seleção é feita por cotas proporcionais,
de sexo, idade, grau de instrução e setor de dependência econômica. As
proporções são feitas com base em dados do IBGE.
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Segundo o Datafolha, as amostras
nacionais têm entre 2.000 e 2.500 entrevistas, mas não há tamanho mínimo ou
ideal para uma amostra eleitoral. O mais importante é a sua
representatividade, ou seja, como são selecionados os entrevistados. O Ibope
costuma-utilizar amostras entre 2.000 e 3.000 entrevistados.
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Todas as pesquisas têm margem de
erro amostral. A margem de erro normalmente divulgada refere-se a uma
estimativa de erro máxima para uma pesquisa simples. Assim, considerando o
erro amostral, fica estabelecido um intervalo de confiança, ou seja, os limites
para mais e para menos em relação ao valor obtido.
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Amostras e questionários não
muito claros, divulgação parcial dos resultados, divulgação dos resultados
muito tempo depois do levantamento, divulgações malfeitas dos resultados
pelos veículos de comunicação e a falta de registro no TSE ou TRE.
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