PARTIDOS DE DIREITA, ESQUERDA E CENTRO
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Ao ligarmos a televisão, é muito comum
percebermos que as expressões “direita” e “esquerda” são comumente utilizadas
para se referir a determinadas personagens e grupos políticos. De fato, poucos
sabem por qual razão esses dois termos de orientação tem a função de descrever
a perspectiva vigente de algum partido ou político. Para que esse
questionamento seja resolvido, devemos nos deslocar até os eventos que marcaram
o processo revolucionário francês, nos fins do século XVIII.
Naquela época, a chamada Assembléia Constituinte ganhou força política mediante as urgentes reformas que o país necessitava. Em geral, o governo francês estava atolado em dívidas que atingiam a sustentação econômica de amplos setores da sociedade. Com isso, não suportando a pressão daqueles tempos difíceis, o rei Luis XVI organizou uma eleição em que representantes políticos votariam novas medidas que pudessem sanar tantos problemas.
Uma
assembleia é o conjunto de pessoas que representam uma comunidade. Esses
representantes são eleitos pelo povo através de votação e essas pessoas quando
eleitas, possuem poderes para legislarem. De acordo com o dicionário, legislar
(le-gis-lar), significa: fazer
ou decretar leis determinar, preceituar, formular leis.
Constituição é o conjunto de
leis, normas e regras de um país ou de uma instituição. A Constituição regula e
organiza o funcionamento do Estado. É a lei máxima que limita poderes e define
os direitos e deveres dos cidadãos. Nenhuma outra lei no país pode entrar em
conflito com a Constituição.
Nos países
democráticos, como o Brasil, a Constituição é elaborada por uma Assembléia
Constituinte (conjunto de pessoas que pertencente ao poder legislativo), eleita
pelo povo. A Constituição pode receber emendas e reformas, porém elas possuem
também as cláusulas pétreas (conteúdos que não podem ser retirados), Exemplo: os
direitos e garantias individuais. Segundo o art. 5 da CF, podemos identificar
os direitos e garantias individuais como:
1-
Manifestação de Pensamento (art. 5, IV);
2- Crença e prática
religiosa (art. 5, VI);
5- Locomoção em tempo de paz (art. 5, XV);
6-
Reunião pacífica, sem armas (art. 5, XVI);
7-
Associações para fins lícitos (art. 5, XVII e XVIII);
8-
A criação de cooperativas, na forma da lei (art. 5, XVIII);
A Constituição
brasileira que está em vigência foi promulgada pela Assembleia Constituinte no
ano de 1988.
Durante essas
reuniões, observamos que as tendências políticas da Assembleia Nacional se viam
espacialmente distribuídas. Na ala direita do plenário, os integrantes do
funcionalismo real, os nobres proprietários de terra, os burgueses ricos e
alguns clérigos (membros da igreja), recusavam qualquer tipo de reforma que
atingisse seus antigos privilégios. Na ala esquerda do mesmo local, os membros
da pequena e média burguesia e demais simpatizantes buscavam uma grande reforma
que aplacasse a grave crise nacional.
Simplificando
ainda mais:
No
século XVIII, os ricos e os pobres se reuniam para discutir a exploração dos
ricos sobre os pobres. Essas reuniões aconteciam em uma mesa, onde os ricos
sentavam do lado direito dessa mesa e os pobres sentavam do lado esquerdo, daí
surgiu essa idéia de que os partidos de esquerda defendem os pobres e os
partidos de direita defendem os ricos. Dessa
forma, os políticos “de direita” representariam o interesse de grupos
dominantes e a conservação dos interesses das elites (ricos). Por outro lado,
os políticos “de esquerda” teriam uma orientação reformista baseada na
conquista de benefícios às classes sociais menos privilegiadas (pobres).
Sob outra
perspectiva, a utilização dos termos “direita” e “esquerda” também pode variar
em função das transformações sofridas em determinado contexto político. Os
partidários que se colocam contra as ações do presidente, governador e prefeito
seriam conhecidos como “políticos de esquerda” e os defensores do governo em
vigência ocupariam a ala “de direita”. Dessa forma, a determinação dos grupos
políticos varia segundo os partidos ou orientação ideológica que controlam o
poder central.
Os partidos de
centro são os partidos que, ora apoiam os partidos de esquerda, ora apoiam
os partidos de direita.
Um exemplo, o PMDB de 1994 a 2001, apoiou
o governo Fernando Henrique Cardoso do PSDB (partido de direita) e nas eleições
de 2001, o partido analisou e decidiu que seria melhor apoiar o governo Lula do
PT (partido de esquerda). No governo FHC, o PMDB era chamado de partido de
centro-direita, pois apoiou um partido de direita. Já no governo Lula e Dilma,
esse partido é chamado de partido centro-esquerda, pois, apoia um partido de
esquerda.
Atualmente, a
utilização dos termos “direita” e “esquerda” nem sempre consegue definir a
natureza mais ampla de um contexto político. Em muitas situações, vemos que
antigos adversários políticos colocam suas ideias de lado para alcançarem um
objetivo em comum. Como exemplo, podemos indicar na história do Brasil que a
chegada do Partido dos Trabalhadores (PT), rotulado como “de esquerda” ao
governo esteve marcada por diálogos e conchavos com antigos adversários
políticos “de direita”.
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